9.08.2006

Caminho por entre meadas de gente apressada, com destino e sem rumo talvez, oiço um bater de asas a ecoar na catedral das intersecções.
Dirijo-me à luz e começo a sentir-lhe o cheiro. Fresco e límpido, refresca a jornada rotineira. Afaga-me as cavidades nasais e inunda-me com vontade os pulmões. Ah, doce, o aroma deste que me acompanha desde o primeiro dia. Flutuo sobre o seu pano de temperança nos derradeiros momentos que me dão, finalmente, temperança e sorrisos interiores. Torno a repetir-me a mesma verdade inabalável: eu adoro o rio! Na paisagem, o sol ameaça despedir-se, as pontes e cidades tornam-se sépia e só o azul do rio permanece.
Fecho o diário, fecho os olhos... Deixo a janela aberta para saber a proximidade do rio, durante o sono, não vá perder-me e deixar de saber onde é o meu lugar.
Até amanhã, Tejo.

Sem comentários: