9.24.2006

5 minutos

Em cinco breves minutos podem mudar vidas, rumos...

Menos de cinco minutos foi quanto tempo precisei para pasmar ao olhar para 
o dourado pálido das searas e o achar perfeitamente deslumbrante. Cinco segundos demoraram os meus olhos a pestanejar várias vezes e ver pequenas nuvens subaquáticas de areia transformarem-se num espectáculo digno de fazer estagnar o universo em júbilo. É bom parar para contemplar a beleza, que está realmente em todo o lado. É bom "andar espantado de estar vivo", já diria João Sem Medo.

Outros breves minutos são menos prazeirosos... Em cinco minutos se destroem ilusões, anos de planos para o futuro, laços até então tão apertados. Basta uma frase reveladora, uma mentira, uma desilusão grande. Em cinco minutos se decide entre a vida e a morte, o riso e a lágrima.

Hoje escolho acolher a mágoa com serenidade. Talvez porque não acredite.

9.14.2006

Uma coisa que eu gosto...

É desta canção.
Gosto da letra, do ritmo, da música,
da voz da Lúcia Moniz,
gosto da irreverência e da
exposição despretensiosa. 


DIZER QUE NÃO - Lúcia Moniz

Diz-lhe que não
Diz-lhe que tudo acabou
Que é sempre mais feliz
Aquele que mais amou

Chega de juras de amor
Promessas de amor eterno
Para algum tempo depois
Voltarmos ao mesmo inferno

Por vezes é mesmo assim
Não há outra solução
Dói muito dizer que sim
Dói menos dizer que não

Ye Ye
AAAIE

Diz-lhe que não
Diz-lhe que tudo acabou
Que é sempre mais feliz
Aquele que mais amou

Diz-lhe que chega de ouvir as frases habituais
Chamou-me a maior paixão da vida
Coisas banais
Maior ou não, pouco importa
Ser a única isso sim

Diz-lhe que não me enganou
Enganou-se ele por mim

Ye Ye
AAAIE

Diz-lhe que não
Está na hora de acabar
Mas por favor não lhe digas
Que ainda me viste chorar

Ye Ye
AAAIE


9.12.2006

Jovial

Imagens fechadas em gavetas da memória, imagens com relevos a preto e a branco, trazem segredos e cintilam. Nasce o sorriso da felicidade que É porque o passado não se altera e só perde o valor se cada um se perde nas suas auto-comiserações. Faz falta lavar o espírito só com memórias arejadas e luminosas.

9.08.2006

Caminho por entre meadas de gente apressada, com destino e sem rumo talvez, oiço um bater de asas a ecoar na catedral das intersecções.
Dirijo-me à luz e começo a sentir-lhe o cheiro. Fresco e límpido, refresca a jornada rotineira. Afaga-me as cavidades nasais e inunda-me com vontade os pulmões. Ah, doce, o aroma deste que me acompanha desde o primeiro dia. Flutuo sobre o seu pano de temperança nos derradeiros momentos que me dão, finalmente, temperança e sorrisos interiores. Torno a repetir-me a mesma verdade inabalável: eu adoro o rio! Na paisagem, o sol ameaça despedir-se, as pontes e cidades tornam-se sépia e só o azul do rio permanece.
Fecho o diário, fecho os olhos... Deixo a janela aberta para saber a proximidade do rio, durante o sono, não vá perder-me e deixar de saber onde é o meu lugar.
Até amanhã, Tejo.

9.07.2006

Posta de Pescada

Detesto blogs de gajas!
Não todos, claro. Mas aqueles blogs que olhas pra eles e só podem ser duma gaja (ou duma hiper-megabicha), de tanta florinha e lacinho e coraçãozinho a brilhar. Catano, que até fere a vista duma
gaja menos inclinada pra essas cenas pirosas e vulgo femininas.
Mulher que é Mulher não vive rodeada de ursinhos de peluche, almofadas de cetim e lacinhos de renda cor-de-rosa. Por favor... E depois os homens é que têm dificuldade em crescer? Sim, têm, são sem excepção putos grandes. My point is... não são os únicos.
São as gajas do salto agulha e cuequinha cor-de-rosa que criam esses mitos, porque apontar o dedo cheio de anéis de ouro e pedras falsas com a sua terminação na caríssima unha de gel ou manicure francesa que esconde a caca acumulada de 3 semanas é muito mais fácil que admitir que o fascínio dum homem por uma Playstation não difere do fascínio duma mulher por coleccionar sapatos.
Onde é que os nossos paizinhos começaram a errar? No berço, quando vestem de rosa as meninas e de azul os meninos. Deve ser por isso que eu saí do contra, a minha rica mãezinha nisso teve todo o mérito: abaixo os laços e florzinhas, viva as cores "sexualmente neutras", abaixo brincos nas orelhas dos recém-nascidos (coitadinhos, que não se sabem defender) e fitas cor-de-rosa pra segurar o cabelo (mas qual cabelo!?!)! E brinquei com pistas e carrinhos, com legos e piões, com muitas Barbies também, com pinturas e com bichos. E brinquei às comidinhas e às roupinhas, joguei ao prego e ao elástico. Abaixo os estereótipos e vivam as diferenças de géneros.
E abaixo os blogs de gajas... Xiça, que não há pachorra...

Posta Primeira

E se toda a gente tem blogs, porque é que eu não hei-de poder ter? E porque não hei-de falar da TPM, de unhas encravadas, de amores frustrados, fantasias e histerismos? E porque não hei-de usar a blogosfera para despejar uma porção das palavras tontas que me passam pela mente diariamente, ou falar mal do chefe ou contar peripécias e confessar segredos indizíveis?

Se não há razão para não o fazer... Fá-lo-ei.